sábado, dezembro 31

Mais um ano...

e, no meio de tantos desejos sinceros de votos de um 2006 bem melhor do que 2005 mas mesmo assim pior do que 2007, esquecemo-nos que, nesta data tão simbólica, alguém comemora o seu aniversário...



O nosso planeta, o nosso veículo espacial, comemora mais um ano de existência; tem sido difícil a sua co-existência com a raça que a todo o custo o tenta dominar, os chamados seres humanos... e, a propósito dessa convivência (para já forçada, mas uma dia saíremos do nosso berço!), é imperativo ler o artigo de James Hensen (director do NASA Goddard Institute for Space Studies) que hoje é publicado no Expresso.



PARABÉNS TERRA e, a todos,
que 2006 seja o VOSSO ano!




Saudações deste lado da Lua,
a mais fiel companheira da Terra! :)

quarta-feira, dezembro 28

Encontros Galácticos...

Spiral Galaxies NGC 2207 and IC 2163

In the direction of the constellation Canis Major, two spiral galaxies pass by each other like majestic ships in the night. The near-collision has been caught in images taken by NASA's Hubble Space Telescope and its Wide Field Planetary Camera 2.

The larger and more massive galaxy is cataloged as NGC 2207 (on the left in the Hubble Heritage image), and the smaller one on the right is IC 2163. Strong tidal forces from NGC 2207 have distorted the shape of IC 2163, flinging out stars and gas into long streamers stretching out a hundred thousand light-years toward the right-hand edge of the image.


domingo, dezembro 25

As focas vão de férias!



É verdade! Após um ano complicado e cheio de trabalho, a foca mor e suas foquitas vão de férias. Cansaram-se do frio e rumarão a paragens mais quentes!!
Como tal, e visto que, para rejubilo de todos, só voltarei para o ano, deixo já aqui os meus votos de boas entradas em 2006, desejando que, pelo menos, seja muito melhor que o ano de 2005.
Até para o ano!

sábado, dezembro 24

E porque nós também somos (às vezes!) bem educados...

Nós, aqui neste lado da Lua, gostaríamos de desejar a todos os(as) nossos(as) leitores(as), amigos(as) e mesmo a quem não gosta mesmo nada de nós...

UM ESPECTACULAR, FENOMENAL, EXCÊNTRICO, FANTABULÁSTICO E ESPLENDOROSO

NATAL

pronto, é tudo, podem ir embora e abrir as prendas... agradecemos a visita, ok... beijos também à Tia Micaela e ao Avô Artur... sim, também achamos que o Zé está mais gordito, mas isso com as rabanadas já se sabe, né? E o Sporting, hem? É este ano?? pois, também não sei.. vá, cuidem-se e cuidado com o vinho, a GNR tá mesmo aí!! Os gajos andam agora naqueles BMWs pretos por dentro e brancos por fora... sim, que mau gosto!

sexta-feira, dezembro 23

Palavra a palavra



Calo a custo
as palavras que me falam de ti:
agarro-as uma a uma,
com todo o cuidado,
antes que se amontoem,
e reduzo-as a silêncio,
uma e outra vez.

Luís Ene
(fotografia: Tulip, Robert Mapplethorpe)

quinta-feira, dezembro 22

A insustentável leveza de um "Quase"

Sussurrara-lhe numa voz gritante que quase a amava.
Mas ela amava gritar-lhe numa voz sussurada que subtraira o quase.

Não queiras saber de mim

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há.
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim.
Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje eu não me recomendo.
Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo.
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado.
Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje eu não me recomendo.
Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim.

Carlos Tê

E, ao cair do ano, um excelente álbum!

Ela é , sem dúvida, uma das vozes mais conhecidas de Portugal lá fora e regressa agora num projecto a solo...



Neste agradecimento a Portugal, o inverso impõem-se: é Portugal quem tem de agradecer àquela que é uma das suas mais sedutoras embaixadoras! A voz de Teresa Salgueiro é única e junta a intensidade com a doçura... e, neste trabalho, temos ainda o bónus de ter outras vozes fortes do panorama internacional como José Carreras (é delicioso o dueto Haja o que Houver), Jah Wobble e Zeca Baleiro entre outros!

Uma excelente prenda de Natal e um regresso em grande da maior diva da música portuguesa!

Balanço do ano

Estamos no final do ano.
Empresas, pessoas colectivas, pessoas singulares, crianças, adultos, adolescentes, cães, gatos e piriquitos fazem o seu balanço anual numa tentativa de enganar o desgraçado do Pai Natal, convencendo-o que nos portámos bem e que a X-Box (já devo estar desactualizada) nos deve ser entregue nesta quadra festiva.
Num passeio despreocupado pela blogosfera nacional deparámo-nos com um post interessante: Luís Ene, editor do
blog d'apontamentos (a visitar, bem como o seu alter ego da blogsome) faz o seu balanço do ano que, graças a Deus, está prestes a terminar.
Como o Outro Lado da Lua gosta de ouvir os seus leitores (presunção e água benta cada um toma a que quer), decidimos dar "ouvidos" aos vossos balanços. Digam de sua justiça!
As categorias utilizadas pelo Luís foram amigos, amores, blogs, decisões, leituras, livros, poesia, sustos, viagens e zen, mas outras serão bem vindas. Deixamos ao vosso critério. Bons balanços!

quarta-feira, dezembro 21

Agradecimentos.

Ao Ricardo Reis pelo esqueleto que montou neste blog e ao Bruno pelas sugestões e dicas que fez nestes últimos melhoramentos... é um constante processo inacabado! ;)

Pronto, é tudo! :)

O pior livro do ano!

Depois de ter trazido um dos piores filmes do ano, apresento agora o pior livro do ano (a uma grande distância dos outros maus!): Fernando Madureira - o Líder.



Fernando Madureira (o Macaco) é o conhecido líder dos Super Dragões, uma das claques oficiais do FCP e com fortíssimas ligações aos mundos de Ponto da Costa e Reinaldo Teles. Trata-se, sem dúvida, de um dos mais poderosos homens do FCP e já deu provas disso no passado, para enorme desprestígio do clube.

O livro é um conjunto de ideias e noções trogloditas sobre o que deve ser o espectáculo do futebol e como deve ser encarado o apoio e a existência de claques; além de ser uma enorme colecção de exemplos de auto-propaganda declarada e de ejaculação de testosterona por todo o lado, trata-se de um gratuito incentivo à violência para um apoiante de um clube e até mesmo para qualquer cidadão. Trata-se de um péssimo serviço que a editora O Gaiense prestou ao futebol e à literatura e diria o mesmo caso se tratasse do líder de qualquer outra claque de qualquer outro clube!

Uma prenda de Natal A EVITAR!!

Mentiras

Vivo rodeada de mentiras!
Das que têm perna curta, das que magoam, das que abrem feridas, das que nos deixam boquiabertos, das piedosas, das inócuas sem sentido e que existem só por existir, das estúpidas que apetece levantar a mão e pousá-la, violentamente, na cara de quem as profere.
Para quê?

Ganha-se alguma coisa com isso?

Pergunto-me...

... o que andou o administrador mor, esse grande homem com uma costela pisada que pelos vistos lhe deu volta ao miolo, a fazer ao template do blog?!?!?!

Será do excesso de paracetamol?

Cosmos: a personal voyage!

Era assim que começava a mais conhecida e apelativa série de divulgação científica de todos os tempos, Cosmos; o seu criador foi um dos maiores (senão mesmo o maior!) cientistas com um talento ímpar para a comunicação... de seu nome Carl Edward Sagan!



Passou ontem (20 de Dezembro) o 9º aniversário do seu falecimento; desde então, foram muitas as novidades no mundo da exploração espacial, sobretudo nas áreas que mais lhe foram íntimas, como é o caso da exploração de Marte, Júpiter e Saturno. E também desde então que faz falta na comunidade científica internacional alguém que, como Carl, conseguisse transmitir ao Mundo o que os Homens fizeram por saber um pouco mais sobre o seu bairro cósmico (uma expressão que Sagan muito gostava de utilizar)...



É absolutamente admirável reparar que a série Cosmos remonta à década de 80, mostrando muitas das proezas científicas desses tempos (que saudades da missão Voyager!) mas a mesma série apresenta uma actualidade rigorosa sobre o que é a Ciência, o que é a compreensão da Natureza por parte do Homem e sobre até onde poderá ir a estupidez e a capacidade de sonhar que o Homem tem...

Mas Carl Sagan deixou uma poderosa herança; uma herança física, como foi a criação da maior organização espacial não-governamental do mundo e que tenho a honra de coordenar e representar em Portugal - a The Planetary Society, mas também uma herança emocional e etérea - a de inspirar cada um dos cidadãos deste Mundo a olhar para o nosso planeta e para todos os seus habitantes como sendo parte de algo muito maior do que nós... Sagan mostrou-nos, se calhar da maneira mais bem vincada até hoje conseguida, que todos nós somos cidadãos do Cosmos! E esse é (ou deveria ser) um sentimento e uma emoção muito mais poderosa do que qualquer loção pseudo-científica alguma vez nos poderá dar... é uma lição de humildade perante a nossa pequenez relativamente ao Cosmos, mas também uma lição de responsabilidade porque somos, até agora, os únicos seres vibrantes e inteligentes (aqui poderemos discordar) deste velho e misterioso espaço!

Uma pequena nota muito pessoal: tive a tremenda honra de conhecer a mulher que foi esposa, companheira e colega profissional de Sagan durante muitos anos! Ann Druyan foi uma constante inspiração para Sagan e o inverso também é verdade; quando Ann Druyan esteve em Portugal (aquando da inauguração do jardim-planetário do Visionarium, em Santa Maria Feira), foi bem evidente para mim e para todos os que a ouviram que estavamos na presença de uma extensão de Sagan, com todo o carinho e paixão que a Ann teve para com Carl!



O mundo de Carl Sagan tornou-se o mundo de Ann Druyan, que agora também se dedica à divulgação da ciência através dos meios audiovisuais, fundando a empresa de conteúdos científicos Cosmos Studios. E toda a extraordinária missão de Sagan perpetua-se... ainda bem, digo eu!

O que fica mais simbólico da obra e vida de Sagan? Tudo... mas basta ouvir os primeiros acordes do genérico da série (mais uma bela contribuição de Vangelis para a Humanidade) e viaja-se logo para outros mundos! Basta isso... obrigado Sagan!


terça-feira, dezembro 20

Quero dizer-te um segredo:

o caracol cor-de-rosa, aquele das espirais e da história da evolução da espécie, aquele que trouxe naquele dia em que os sonhos pareciam ter-se tornado realidade, ainda que morto, como nós, continua na mesa da sala. Não sei a fazer o quê!


Começo a desconfiar que devo ser a única pessoa nesta terra que se está perfeitamente nas tintas para saber quem foi o assassino do Tó!
Valha-nos Deus!

O espírito natalício

Não gosto do Natal.
Parece cruel mas é uma realidade. Desde que me conheço e que reconheço em mim algum espírito crítico que nunca gostei. Irrita-me.
Faz-me confusão as músicas natalícias que me soam sempre ao mesmo, num ritmo compassado, monótono, excessivo e irreal, alardeando e impingindo uma felicidade que não existe.
Irrita-me a cidade subitamente enfeitada, qual gaiola dourada, como que esquecida de todos os problemas que a assolam.
Irritam-se as hordas de pessoas a caminho dos centros comerciais, momentaneamente cientes que têm familiares e amigos que convém presentear, num hipócrita e interesseiro intuito de ficar bem na fotografia e obter o máximo de presentes possível.
Irrita-me as pessoas que vão à missa do galo, que entram na igreja com ares de católicos convictos, mas que suspiram e rogam pragas ao padre, pelo sermão secante e a história mil vezes repetida do Cristo que morreu pela humanidade.
Irrita-me o vermelho, ficava muito melhor o preto.
Irrita-me o Pai Natal e as mentiras que contam às criancinhas.
Mas acho que o problema é meu. Não vou achar que o mundo anda todo ao contrário e eu é que ando em passo certo, qual arauto da boa nova. O melhor é mesmo deixar o mau feitio de lado, colocar um sorriso de Knecht Rupert e fazer as últimas prendas de Natal antes que seja deserdada pela família.
Nunca mais é dia 6 de Janeiro!!

segunda-feira, dezembro 19

O que NÃO ver no cinema neste Natal...

Fui ver o Broken Flowers, o novo filme do Bill Murray, Sharon Stone e Jessica Lange, produzido por Jim Jarmusch; depois das excelentes escolhas de carreira que Bill Murray fez nos últimos tempos, esperava por uma continuação desse critério por parte deste bom actor que Hollywood tem! Pura desilusão...



Muito mais do que uma enorme desilusão, fiquei com a sensação que a culpa até nem terá sido de Murray; de facto, Jim Jarmusch tentou realizar um filme cerebral, supostamente inteligente e supostamente surpreendente! Falhou em todos os seus intentos e fica-se apenas por um filme extremamente lento, banal e previsível no seu desenrolar, com uma imagem estática da personagem de Bill Murray e sem qualquer tentativa simpática para que o espectador perceba minimamente o sentido do filme!

Trata-se de um filme que apenas tem um aspecto positivo: rever Sharon Stone! Já perto da casa dos 50 e mesmo com um pequeníssimo papel, Sharon volta a demonstrar todo o seu charme e empenho na arte de representar...




Um filme a evitar a todo o custo neste Natal!!

Saudades


Tenho saudades do mar...

O Dom Quixote esta semana falhou! Não nos trouxe as habituais e deliciosas sugestões de fim de semana. Como sei que não se retratará e se esquecerá de nos brindar com esses "bright insights", tomo aqui, n'O outro lado da lua, a liberdade de, subrepticiamente, entrar na sua mente, e imaginar quais teriam sido as suas sugestões:

A nova edição do Dom Quixote de la Mancha, da editora homónima e com ilustrações de Dalí. Exemplar oferecido e ainda não assinado. A acompanhar, a banda sonora d'A Cidade de Deus, o que obrigará a paragens constantes no livro para digerir o que está a ser ouvido...
Afinal não sei se será boa ideia!
Pelo meio... a melhor sugestão do fim de semana:
Apaixonar-se!

Voamos?

domingo, dezembro 18

Pretextos

A demanda da Briosa pelos "campos" deste país tem sido, esta época, um pretexto para interessantes "excursões" quinzenais. Independentemente das constantes derrotas, que a todos nos deixam cabisbaixos e taciturnos, estes são sempre dias memoráveis e este não foi, de modo algum, excepção. Viajar com um gangster arraçado de mafioso da pior espécie e com um passado ALTAMENTE duvidoso, sua primeira dama, o Padrinho da dita máfia e um padrinho (esse sim literal) famoso pela sua extraordinária capacidade de separar incautos casais apaixonados por algodão doce e de servir de pretexto para vis mentiras é, sem margem para dúvida, uma odisseia. Esta ida a Braga, apesar da pesada derrota, transformou-se num dia soberbamente passado, definitivamente entre amigos, gente que sem maldade ou segundas intenções sabe fazer rir até à exaustão e, consequentemente, destruir o que sobra do meu pulmão direito!
Após o jogo, e apesar das temperaturas baixas que se faziam sentir, rumámos a Ponte de Lima, onde conseguimos enganar o frio com a cereja no topo do bolo desta viagem: aqueles rojões com arroz de serrabulho regados com um bom vinho e com uma boa conversa. Nem é bom lembrar...
Bom foi também descobrir que o Minho está afinal, no mesmo sítio. Temia lá voltar pelas memórias que me poderiam assaltar e que pouco ou nada pretendo reviver. O passado deve ficar guardado em baús a sete chaves que, eventualmente, de tão bem escondidas, se perde o rasto. Foi bom aprender que o Rui Veloso estava errado quando dizia:

Nunca voltes à casa onde ardeste de paixão,
só encontrarás erva rasa por entre as lajes do chão.
Nada do que por lá vires será como no passado,
não queiras reacender um lume já apagado.

Mesmo sem ti, Ponte de Lima brilha, talvez ainda mais...

Não sei se agradeça à Briosa, se à companhia, se a quem viajou comigo no pensamento e que me tem posto a sorrir. Acho que a todos. Temos de repetir!

Apetece-me gritar que o sol voltou a nascer e que a culpa é toda tua.

Ensinas-me a voar?

sábado, dezembro 17

Para quem aprecia inteligência e beleza...

Dia 18 de Dezembro (Domingo), às 16:30h na livraria Almedina do Arrábida Shopping, temos entrevista e sessão de autógrafos com Margarida Vila-Nova; uma surpresa refrescante na arte de representação em Portugal! A não perder...

sexta-feira, dezembro 16

No teu poema

No teu poema
existe um verso em branco e sem medida
um corpo que respira, um céu aberto
janela debruçada para a vida.
No teu poema existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura
e aberta uma varanda para o mundo.
Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia
e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.
Existe um rio
o canto em vozes juntas, vozes certas,
canção de uma só letra
e um só destino a embarcar
no cais da nova nau das descobertas.
Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte
o risco, a raiva e a luta
de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda me escapa
e um verso em branco à espera do futuro.


Luís Tinoco

quinta-feira, dezembro 15

Afinal, ele é tuga!!

Caso - Sede assaltada duas vezes! Roubaram o PC do líder do CDS!

Afinal, o Robin Hood é tuga!! Isto agora é meter os submarinos atrás dos malandros! :)


Esquiço

Um pôr de sol domingueiro a preto e branco. Em Coimbra. Por entre as ruas sinuosas da baixa, com as suas varandas negras cobertas por alva roupa estendida a preceito que rapidamente embebe aquele cheiro misto de pomba e de mofo, surge aquele fio de telefone. Choca com a envolvência de um bucolismo urbanizado, com gentes paradas, conversas desinteressadas, sofrimentos esquecidos. Terceiromundista. A preto e branco. Não se sabe que vidas e vozes liga, ou desliga, sabe-se que lá está.
Da solidão da janela da minha varanda de preto e branco vestida, invejo todos os pontos finais, vírgulas e interjeições que, titubeantes, por ele se passeiam.



Como é o teu fio de telefone na era de Tarantino?

Maldição

Naufragas na urgência das lágrimas que chorei por ti.
Infelizmente não levas contigo os baús das memórias e das palavras que insistem em criar amarras e lançar âncoras na minha cabeça e que tento, a todo o custo, afogar.
Só trouxeste tempestade e mar bravio.
E afinal quem naufragou fui eu.

quarta-feira, dezembro 14

M83: não é uma galáxia!

É uma sugestão musical para o final deste ano! Consta no Best of 2005 da Amazon.com, chama-se M83, do compositor francês Anthony Gonzalez, no seu primeiro registo individual, depois do abandono do seu colega Nicolas Fromageau. O álbum denomina-se Before the Dawn Heals Us e pode fazer aqui o download de uma das músicas mais interessantes do mesmo (Lower your eyelids to die with the sun).



É muito complicado categorizar este registo musical; trata-se de uma mistura interessante de Pink Floyd e Sigur Ros, com muita composição de guitarra eléctrica e um bass poderoso!

Ouçam e digam o que pensam e, já agora, que outros artistas/álbuns de 2005 recomendam...

True Colours




Don't be a square... regardless of colour!




"Neste dia novo estreio um coração novo"

Hoje o dia amanheceu radioso. Ia no carro a caminho do trabalho ao som de uma música de gosto duvidoso que passava na rádio quando, qual filme, parei para pensar e me dei conta da estupidez de tristeza em que tenho andado mergulhada já não sei há quanto tempo! A realidade é que ninguém nos devolve o tempo perdido e as lágrimas choradas, mas a vida não pode parar e como alguém me disse um dia, "não andes, corre!"

Correrei!

terça-feira, dezembro 13

Ao fazer zapping na TV em busca de um programa que me trouxesse o esperado e desejado sono dos justos deparei-me com o programa da Ana Sousa Dias, esta semana com José Saramago. Ao ver aquele homem senti um sabor agridoce. Está velho e essa velhice traz-lhe a serenidade e a calma que sempre precisou. Muito menos belicoso, de bem com a vida, deambulou pela sua obra de forma magistral, entregando aos leitores a sua interpretação, numa crítica velada a quem lhe atribui significados estanques e reductores e, não lendo, alvitra sobre a qualidade (ou falta dela) do que escreve. Gostei de ouvir a forma como discute os livros com Pilar, como revê pormenores físicos do Cão das Lágrimas (umas das personagens mais deliciosas do Ensaio sobre a Cegueira), numa atitude despojada de presunção de autoria a que sempre nos habituou. Gostei de perceber que aquilo que eu tomava como redundância temática, porquanto pega sempre "numa situação inusitada que toma proporções incumensuráveis e suas consequências nefastas" não é mais que uma tentativa de nos levar a perceber o ridículo de situações que tendemos a exacerbar e divinizar. "As intermitências da morte" é o exemplo e prova cabal disso. A busca incessante do ser humano da vida eterna tolda a razão a favor da emoção. Apenas se pensa no fim em si, numa ilusão de felicidade que mais não é que isso, uma ilusão. Não há felicidade na vida eterna, pelo contrário. Até a morte quer escapar dela...
Saramago é um ser estranho, desconcertante, gerador de polémica e, por vezes, de alguma repulsa enquanto cidadão. Mas no alto dos seus 83 anos merece, cada vez mais, a minha vénia e retirar de chapéu. Desliguei a televisão a gostar ainda mais dos seus livros e com vontade que saia já amanhã o próximo para, tal como os outros, o mastigar lentamente ao quente da lareira.

segunda-feira, dezembro 12

Isto foi praga que me rogaram!

Após:

- três semanas;
- uma caixa de Ilvico;
- um frasco e meio de xarope para a tosse;
- um número incerto de pastilhas para a dor de garganta;
- litros de uma mezinha caseira;
- 3 cobertores e um edredon na cama;
- noites mal dormidas a pensar no que não devia (o que gera uma insónia crónica até ao raiar do dia);
- lareira acesa;
- o gato aos pés (não, não lhe consegui pegar a gripe. SHIT);
- boleia para casa (obrigada Luís, Mena e Mãe);
- chá de tília;
- chá de limão;
- chá de limão com mel;
- mel;
- mel com rosmaninho;
- leite com mel;
- leite sem mel;
- mimos (que nunca são suficientes).

Ainda me doi:

- a cabeça;
- os olhos;
- os músculos todos;
- as costelas;
- os pulmões;
- a garganta;
- as costas;

Mas pior que tudo, a alma!

QUERO MIMOS!!!!!!!

PS - Qualquer semelhança com um ser neurótico e hipocondríaco é apenas mera coincidência!

inocência

Sentavas-te na nossa mesa. Que já não é nossa. Nunca foi. Se nunca houve nós como poderia ser nossa?
Não trazias o nosso amor. Nunca o foi. Como o poderias trazer?

Onde foi que me enganaste? Não! Onde foi que me enganei?
desILUDISTE-ME. Obrigada, pois nada há de mais triste que uma ilusão.

domingo, dezembro 11

Preocupações plagiadas

[Acerca dos quatro candidatos à presidência da República]

(...) Nenhum deles tem especial prestígio pessoal, político e pessoal, no País, no estrangeiro, pelo menos nos países que contam alguma coisa para nós. Três são absolutamente desconhecidos. Um é apontado como um simpático 'elder statesman' em plano inclinado e é tudo(...)

(...) Nenhum deles se propõe cooperar estrategicamente com o governo na execução do programa deste, mas sim levar o Executivo a governar de acordo com os objectivos concretos que defendem. Querem mudar o país a partir do conteúdo "governativo" dos seus próprios manifestos, e nesse aspecto, nenhum deles está de boa-fé quanto ao conteúdo das funções presidenciais. Os quatro candidatos, de resto, não escondem que o seu principal objectivo não é o de ganharem as eleições, mas o de suscitarem uma segunda volta! Então tanto lhes faz em matéria de programas. (...)

(...) para eles são absolutamente irrelevantes a qualificação, o rigor, a competência, o conhecimento das grandes questões, a justiça social efectiva (...)

(...) no dia seguinte ao da primeira volta, três deles apelariam ridiculamente ao voto num candidato que até então achavam péssimo. (...) três destes candidatos estão dispostos a eleger alguém que eles mesmos passaram a campanha a considerar incapaz e detestável. (...)

(...) Não apostam portanto na bondade dos seus manifestos, mas em aritméticas eleitorais. Esconjuram os seus fantasmas e não querem saber do País para nada. (...)

Vasco Graça Moura, Público (07.12.2005)

sábado, dezembro 10

Acordei uma noite e demorei o meu olhar em ti.
Por entre o teu sono pueril e respiração compassada esboçaste um sorriso.
Nesse momento acreditei que até em sonhos o teu sorriso era para mim.
Vejo agora que, tal como tu, também os sonhos mentem.

Sweet Memory

Sweet Memory

Tindersticks


(clique aqui para a obter)

Watching the days go by isn?t half the fun it used to be
When I could reach out from inside the folds of your skin
Watching the sun rush by isn?t as half as good now it?s all silent ?round here
Over the memory - the folds of your skin

And I never wanna spend another day, not a single moment from your side
No, I don?t even wanna spend another day, not a single moment from your side
Over the memory - the folds of your skin
Over sweet memory - and I can taste no other


Came running from nowhere fast, came stumbling at me through the dark
Breaking right through my skin - and I can taste no other
Came like lightning in my arms, came tearing through the night

Inside the memory - I can taste no other
And I never wanna spend another day, not a single moment from your side
No, I don?t even wanna spend another day, not a single moment from your side



Still running forwards and backwards I?m inside and outside your love
And over the memory - I can taste no other
Over sweet memory - I can see no other

Came like lightning through my heart - folds of your skin
Watching the sun ... by - I can taste no other

As good as it gets!

sexta-feira, dezembro 9


Ainda nem desfiz o saco e, como diria Mia Couto, já me "dói uma tristeza". Por muito tempo que passe desde que o Fado me afastou de Lisboa, cada regresso é uma festa e cada partida de volta a Coimbra uma realidade difícil de aceitar. Foi em Lisboa que descobri quem era, foi em Lisboa que vos conheci, suas focas, e foi em Lisboa que fui feliz.
Valeu a pena estes dias! Pelas novidades contadas em fast forward, pela noite fantástica em Alcântara ("tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado"), pelo ombro, pelas risadas, pelas outras focas, pela praia, pelo filme lamechas, pelo excesso de sono que trouxe e por me ter esquecido de respirar!! E pelo que nos une e que eu não vou dizer.. só sei que começa em Clube e acaba em ...adas! =D
Agora já sabem, save a place for me every wednesday!

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse.
Esse céu onde o olhar
é uma asa que não voa
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria.

Alexandre O'neill

quinta-feira, dezembro 8

BENFICA 2 MANCHESTER UNITED 1




MUITO OBRIGADO!!!
(e Ronaldo, amigo, um grande jogador também deve ser grande noutras coisas...)

quarta-feira, dezembro 7

A bd e os filmes

Desde há uns anos que os estúdios de Hollywood (re-)descobriram o filão inesgotável de boas estórias que é a Banda Desenhada.

Eu, como autêntico maluquinho da Banda Desenhada (a expressão inglesa "Comic Book Freak" sempre me soou melhor), como é óbvio, fico encantado por poder ver no grande ecrã as estória e personagens que conheço desde a minha infância.

O que me faz confusão é que, ainda hoje, basta ver um trailer de um filme adaptado de Banda Desenhada para ficar com um sorrizinho nos lábios e atingir aquele estado de excitação mental, qual miúdo de 5 anos à espera que comecem os desenhos animados ao Sábado de manhã.

Claro que a coisa agrava-se quando são estórias e/ou personagens que já conheço de ginjeira, como é o caso dos X-Men. A cada novo filme da saga que aparece, estou sempre à procura daqueles pormenores e personagens inseridos para gente como eu... E depois de ver ontem o trailer do X-Men 3, a estrear nos EUA lá para Maio de 2006, já estou em pulgas à espera que o filme estreie cá.


Para quem gosta de saber notícias frescas acerca de filmes adaptados de Banda Desenhada, podem consultar o Superhero Hype, uma das melhores páginas que conheço sobre o assunto.

Delicioso!

Foot slipped
Pebbles fall and so did I
- Almost(Oh my)
On Yosemite
The big grey wall
(Fear of falling)
Where to put my foot next
(Fear of failure)
I'm afraid
I'm going to fall
(Be at one with the mountain)
I whispered in the air
(Fear of falling, fear of falling, fear of failure...Failure)
Fear of losing my hair
(Falling, falling, falling...)
When is the mountain scaled?
When do I feel I haven't failed?
I've got to get it together, man
(It hasn't happened yet)

terça-feira, dezembro 6

Telegrama Inesiano

Arruma as botas.
Há desgraças piores que a tua.
Mas estas a memória apaga.
A tua ficou na história.
Invejo-te.

segunda-feira, dezembro 5

Carta aberta a ninguém

Tudo começou numa carta aberta e numa carta aberta acaba. Mas desta vez sem o direito ao contraditório. Desta vez sem um final feliz.

Ninguém confunde o essencial com o acessório.
Ninguém confunde ideais com virtuais.
Ninguém oferece a felicidade por dez reis de mel coado em troca de guerrilhas sem sentido.
Ninguém prefere sofrer sozinho dores que se curam com ninho.
Ninguém promete que nunca se sofrerá a seu lado para depois tirar o tapete.
Ninguém faz juras de amor e as renega com um adeus unilateral.
Ninguém confunde o ... com a praça de Sevilha.
Ninguém troca o amor pela pedra de Sísifo e se regorzija na agradável tarefa de a rolar montanha acima.
Mas é isso o herói absurdo, não é? E Camus é que tinha razão: É preciso imaginar Sísifo feliz.
Só espero que essa pedra valha a pena. Não desejo que seja grande, pois correria o risco de ser mal interpretada, mas apenas que compense as cinzas semeadas num coração em chamas que foi cuidadosa e ponderadamente oferecido e negligentemente esquecido, misturado com uns papéis quaisquer.

Da outra vez despedi-me com a sabedoria do Aleixo, hoje despeço-me com uma sabedoria outra, a de José Mario Branco.

Carta a J.C.

Dá-me uma ajuda, ó médico das almas
Para escolher em que combate combater
Quem condeno eu à vida,
Quem condeno eu à morte
Que me podes tu dizer

Encostado à árvore do tempo
Folhas mortas, folhas vivas, estações
Nada disto faz sentido e o sentido do sentido
Não paga as refeições

Este torpor só tem uma solução
Sejamos deuses, é meter as mãos à obra
E no fazendo acontecendo
Deixar ir o coração
Que é o que nos sobra.

Ao fazer-se o mundo nasce de si próprio
Ser avô é uma alegria atravessada
Dá para rir e para chorar
Não temos nada com isso
E nada não é nada

Disseste um dia que tudo vale a pena
Tornar as almas mais pequenas é que não
Vamos sobre as duas patas
Juntar as partes da antena
Espalhadas pelo chão

Fecha a porta que vem frio lá de fora
Diz o coxo ao despernado, e eu aqui
Fui à procura de mim
Encontrei-me mesmo agora
E ainda não fugi

O tempo corre entre pívias e manhas
tudo fica cada vez mais como está
Mas ao correr desta pena
Não fico à espera que venhas
Eu já sou o que virá.

Publicidade que vale a pena!


Esta é a capa do livro do meu amigo Luís Pedroso ... poesia para apreciar e que vai ser apresentado ao público no dia 19 de Dezembro, pelas 22 horas. Será Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, em Santos, e a apresentação será feita por Ana Elisa Vilares. Catarina Leiria e Pedro Cal irão ler alguns excertos da obra!

Luís, fico à espera de um livro autografado, ok? ;)

Debate: Cavaco/Alegre

Não foi um debate particularmente rico... mais grave do que isso, foi preocupante ver que, em alguns pontos, quer Alegre quer Cavaco não mostraram a segurança e o estudo necessário para responder às perguntas (bem escolhidas!) de Ricardo Costa e Rodrigo Guedes Carvalho.



Alegre e Cavaco mantiveram a correcção e o fair play e essa deve ser uma nota bem positiva a realçar; aliás, Alegre recusou-se deliberadamente a contestar abertamente Cavaco Silva em relação ao seu passado e aos seus projectos para o futuro! Cavaco agradeceu e irónicamente retribuíu, elogiando o carácter supra-partidário da candidatura de Manuel Alegre.

Foi interessante verificar que ambos reclamaram legitimidade para defender os seus saberes técnicos: Alegre na Língua Portuguesa e Cavaco na economia; e quando um ou o outro tentaram invadir terreno alheio deram-se mal! Alegre mostrou-se fraquíssmo ao falar de temas económicos e legislativos (refugiou-se nos habituais chavões fugas políticas, dizendo que como PR tentaria conciliar tudo e todos) e Cavaco Silva não conseguiu articular uma única palavra no campo fora da economia.

Cavaco Silva teve afirmações (uma vez mais!) preocupantes no que diz respeito ao seu entendimento sobre até onde vão os poderes e responsabilidades de um PR, nomeadamente sobre o poder executivo de um Primeiro-Ministro... não desmentiu a ideia que já tinha avançado sobre sugerir legislação (tarefa de um Governo) e, pior, caso um Governo não aceite as suas ideias poderá ele próprio agir contra esse próprio Governo! Cavaco foi extremamente claro nessa matéria e Manuel Alegre não soube explorar minimamente essa questão (Soares não cometerá esse erro!).

A 2ª parte começou com o debate sobre o momento actual das Forças Armadas. Nem um nem o outro souberam defender uma ideia sobre isso e ficou a sensação de que ambos queriam despachar esse tema o mais depressa possível.

Nas notas finais não houve preparação! Pediu-se confiança, falou-se em economia mas nada de verdadeiramente apelativo!

Como conclusão: Cavaco Silva foi igual a si próprio... não deslumbra, remete-se teimosamente a assuntos de economia e nada mais! Não traz chama e não consegue inspirar. Mas, nesse ponto em que Alegre poderia levar a melhor, ficou uma tremenda desilusão sobre a postura de Manuel Alegre: estava mal preparado, ligeiramente nervoso e não apresentou questões concretas sobre como elevar o moral do povo português.

Lições de vida tardiamente apre(e)ndidas...

... quando o pragmatismo toma conta da batuta e dirige o concerto sem atenção ao que está escrito na pauta, o mais certo é que a lógica imperativa do aviltamento venha a demonstrar, afinal, que ainda havia uns quantos degraus para descer...


Com as palavras todo o cuidado é pouco, mudam de opinião como as pessoas.


... É o costume, as pessoas dizem coisas à toa, lançam palavras à aventura e não lhes passa pela cabeça deter-se a pensar nas consequências. Ponha na minha conta, disse o homem...


In Saramago, As intermitências da morte.

Como se ganha o dia sem saber ler nem escrever!




É a mais pura das verdades. Estava eu em frente ao mui nobre Gil Vicente à espera do meu autocarro, triste e a pensar que a vida não queria nada comigo a não ser fazer de mim Atlas a carregar os males do mundo e os meus próprios, quando me sinto observada. Ao olhar para trás deparo-me com este pedaço de mau caminho (que me custou meia hora de pesquisa para chegar ao seu nome, Roger Gobeth) a olhar para mim. Pois é! O senhor está cá e não só olhou para mim como sorriu e piscou o olho. Pronto, podem vir as más línguas dizer que é o seu charme e faz isso com todas, mas o que é certo é que sorriu. E o seu sorriso LINDO apoderou-se dos meus lábios e estou seriamente a ponderar mudar-me para o Brasil =D
Que me perdoem todos aqueles que achavam que tinha um cérebro e não devia ligar a estas coisas mas caramba... estas coisas não acontecem todos os dias!

Esperança

O coração humano pode conter somente uma quantidade limitada de desespero. Uma vez que a esponja fique saturada, o mar pode passar sobre ele sem que uma outra gota sequer entre.

Victor Hugo

Olheiras...



Tenho olheiras... noites inquietas com as preocupações futuras ou resquícios dos fumos de guerras do presente? Ou será ao contrário... não sei...

domingo, dezembro 4

Relato de um fim de semana para relembrar!

Isto já não deveria ser razão para fazer um post, uma vez que qualquer fim de semana no Porto tem um gostinho especial que se transforma em azedo na hora de entrar no comboio e voltar à vida real! Mas este fim de semana foi, de facto, especial. Cheguei ao Porto com alguma tristeza no rosto e, imediatamente, com o Bel e o FMSG à minha espera em Campanhã essa tristeza se transformou em gargalhada jovial e quase adolescente. Tudo se passou nessa noite. Desde lutar por um lugar na estrada com um cão ao volante de um Fiat (salvo erro), a subir os Aliados a cantar, aliás, a GRITARRRRRRRRRRRRRRRRRRRR músicas ridículas que mais ninguém se lembra a não ser esta gente estranha ( "It's the final countdownnnnnnnnnnnnnnn" :P) enquanto se testa a suspensão do carro com saltos mirabulantes no banco de trás. À conta disso e da constipação que já levava, fiquei afónica. No entanto, a debilidade das minhas cordas vocais não me impediu de conversar com a minha Consciência (FMSG) até às tantas da madrugada que, como já vem sendo hábito de cada vez que vou ao Porto, me deu nas orelhas. Sentado no sofá com ar grave de pai e entranhando um cheiro nauseabundo a madeira queimada (hihihi) explicou-me a existência dos amores de algodão doce. São grandes, doces, irresistíveis e as "crianças", com a sua inocência, demonstram ter mais olhos que barriga, avançando vorazmente com a "disponibilidade dos irresponsáveis". Esses amores têm duração curta pois ou se come tudo até ao fim, sofregamente, e o algodão doce acaba, sem mais nada para oferecer, ou se chega a meio e enjoa. Fiquei a pensar no assunto e, infelizmente, fez-me sentido.
Adiante.
Após tentar encontrar um significado para a sigla TSF (que aqui não menciono por pudor e vergonha na cara) e encetar uma discussão acerca do peso dos... fiquemos por aqui que isto descamba..., após FINALMENTE conhecer o Russo e ouvir uma explicação (secante) acerca do futuro do Hubble e dos seus paineis solares recém colocados e do vidro que não se desfaz porque muito grosso (ZZZzzzZZZZZzzzz) e de me levarem à estação ao som do brilhante e hilariante William Shatner ("I hate to be the bearer of bad news, but you're gonna die") regressei à cidade mãe para ver a Briosa ganhar. Apesar da vitória regressei com tristeza, admito. Primeiro porque o Porto me adopta um pouco mais cada vez que lá vou, segundo porque não há nada como os amigos e terceiro porque sim!

sexta-feira, dezembro 2

E porque também aprecio Fernando Pessoa...

deixo aqui 6 simples linhas (que muito admiro e reflicto) da pura magia de Pessoa... é triste? Não, são estados de espírito...


Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Estou hoje vencido, como soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer.



É oficial...

estou com gripe. Mas não a das aves! Não rejubilem! Ainda assim resistirei estoicamente. Melhor, vou para a escolinha dos meus meninos pegá-la aos mais incautos. Para a semana sempre terei menos plateia. =D

Tenho o mau hábito de me emocionar com músicas, poemas e frases. A sensibilidade vem à flor da pele, arrepio-me e por vezes aquela lágrima atrevida corre pela face (É uma chatice ser-se lamechas!!). Este é um desses poemas. É um hino...


Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquina
sem esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tinhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.

Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.


Adeus.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, dezembro 1

Mais um

Já que estamos todos numa de prostração, aqui fica a minha.
Aninhas, não vale a pena te sentires mal por não me teres dado os parabéns, porque eu também não tos dei a ti (e eu tenho um dia de atraso a mais), pelo que aqui vão:


MUITOS PARABÉNS!!




(já agora, fazes 16 ou 17?)

Um beijão.

Desfiz hoje as malas de uma viagem que não existiu.
Já arrumei tudo nos seus lugares.

Efemérides

Preciso de me penitenciar. Não falei ontem do aniversário da morte do meu maior companhiero. Não o fiz, mas faço-o agora. Ontem, dia 30 de Novembro, fez 70 anos que Fernando Pessoa nos deixou. Ninguém se lembrou mas ele também ja está habituado...


Hoje é dia 1 de Dezembro. Dia da Restauração da Indepedência.
Não deixa de ser curioso...

PARABÉNS, RICARDO!!




Isto é uma tentativa (desesperada) de te pedir desculpa por me ter esquecido, por 1 dia, de te dar os parabéns!!

PARABÉNS RAPAZ!!

Efémeras ilusões

Prostraste-te.
Deixaste que o amor fugisse para além das ondas.
Desististe mal tendo começado.
Ficaste com os poemas, com as palavras, com a racionalidade, com os meus abraços, com as luas, com aquele pôr-do-sol, com os meus sorrisos, com o vento nos meus cabelos, com duas mãos cheias de nada e com quase tudo que podia dar de mim.
Tudo se perdeu sem que houvesse motivo para se perder.
E tu nunca me deste sequer um pôr do sol, apenas a sua ilusão.
Nunca me mostraste o tesouro, apenas o seu brilho de fogo fátuo sob o olhar intermitente de um farol.
Não percebeste a relatividade do tempo que me quiseste explicar.
Não te afastaste do que te espartilha e tentaste legislar o amor. Mas ele não deixou.
Partiste mil vezes e nunca disseste porquê.
Nem o teu corpo entendi.

Powered by Blogger