quinta-feira, dezembro 1

Efémeras ilusões

Prostraste-te.
Deixaste que o amor fugisse para além das ondas.
Desististe mal tendo começado.
Ficaste com os poemas, com as palavras, com a racionalidade, com os meus abraços, com as luas, com aquele pôr-do-sol, com os meus sorrisos, com o vento nos meus cabelos, com duas mãos cheias de nada e com quase tudo que podia dar de mim.
Tudo se perdeu sem que houvesse motivo para se perder.
E tu nunca me deste sequer um pôr do sol, apenas a sua ilusão.
Nunca me mostraste o tesouro, apenas o seu brilho de fogo fátuo sob o olhar intermitente de um farol.
Não percebeste a relatividade do tempo que me quiseste explicar.
Não te afastaste do que te espartilha e tentaste legislar o amor. Mas ele não deixou.
Partiste mil vezes e nunca disseste porquê.
Nem o teu corpo entendi.

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