quinta-feira, dezembro 15

Esquiço

Um pôr de sol domingueiro a preto e branco. Em Coimbra. Por entre as ruas sinuosas da baixa, com as suas varandas negras cobertas por alva roupa estendida a preceito que rapidamente embebe aquele cheiro misto de pomba e de mofo, surge aquele fio de telefone. Choca com a envolvência de um bucolismo urbanizado, com gentes paradas, conversas desinteressadas, sofrimentos esquecidos. Terceiromundista. A preto e branco. Não se sabe que vidas e vozes liga, ou desliga, sabe-se que lá está.
Da solidão da janela da minha varanda de preto e branco vestida, invejo todos os pontos finais, vírgulas e interjeições que, titubeantes, por ele se passeiam.



Como é o teu fio de telefone na era de Tarantino?

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