domingo, dezembro 18

Pretextos

A demanda da Briosa pelos "campos" deste país tem sido, esta época, um pretexto para interessantes "excursões" quinzenais. Independentemente das constantes derrotas, que a todos nos deixam cabisbaixos e taciturnos, estes são sempre dias memoráveis e este não foi, de modo algum, excepção. Viajar com um gangster arraçado de mafioso da pior espécie e com um passado ALTAMENTE duvidoso, sua primeira dama, o Padrinho da dita máfia e um padrinho (esse sim literal) famoso pela sua extraordinária capacidade de separar incautos casais apaixonados por algodão doce e de servir de pretexto para vis mentiras é, sem margem para dúvida, uma odisseia. Esta ida a Braga, apesar da pesada derrota, transformou-se num dia soberbamente passado, definitivamente entre amigos, gente que sem maldade ou segundas intenções sabe fazer rir até à exaustão e, consequentemente, destruir o que sobra do meu pulmão direito!
Após o jogo, e apesar das temperaturas baixas que se faziam sentir, rumámos a Ponte de Lima, onde conseguimos enganar o frio com a cereja no topo do bolo desta viagem: aqueles rojões com arroz de serrabulho regados com um bom vinho e com uma boa conversa. Nem é bom lembrar...
Bom foi também descobrir que o Minho está afinal, no mesmo sítio. Temia lá voltar pelas memórias que me poderiam assaltar e que pouco ou nada pretendo reviver. O passado deve ficar guardado em baús a sete chaves que, eventualmente, de tão bem escondidas, se perde o rasto. Foi bom aprender que o Rui Veloso estava errado quando dizia:

Nunca voltes à casa onde ardeste de paixão,
só encontrarás erva rasa por entre as lajes do chão.
Nada do que por lá vires será como no passado,
não queiras reacender um lume já apagado.

Mesmo sem ti, Ponte de Lima brilha, talvez ainda mais...

Não sei se agradeça à Briosa, se à companhia, se a quem viajou comigo no pensamento e que me tem posto a sorrir. Acho que a todos. Temos de repetir!

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