terça-feira, abril 13

Iraque: o buraco negro americano....

A Este, nada de novo... o Iraque continua a ferro e fogo, numa altura em que nem as próprias forças norte-americanas conseguem evitar a força dos movimentos populares apoiados em guerrilhas mais ou menos bem equipadas (e de naturezas obscuras!).
Os EUA e seus aliados foram vítimias do seu próprio sucesso; não estavam à espera de conseguir tirar tão rapidamente Hussein do poder, pensariam que a batalha militar se iria prolongar por vários meses quando, de repente, notaram que a força militar que protegia Hussei era apenas um tigre de papel. E, assim, de um momento para outro, ficaram com uma país sem fazer a mínima ideia do que fazer com ele! Não houve planificação civil, não houve planificação política, não houve nada...e esse foi o maior erro desta intervenção.
Numa altura em que cada vez mais pessoas pensam que o Iraque está a tornar-se um novo Vietname, é interessante reparar que, apesar disso, Bush (infelizmente!) continua à frente nas sondagens, após um período mais sombrio. Numa altura em que o democrata Kerry já consumiu muito do dinheiro que tinha para campanhas, Bush só agora vai começar a atacar! Irónicamente, toda e qualquer acto de terrorismo (principalmente da Al-Qaeda) vai jogar sempre a favor de Bush; isto porque os americanos sabem o que podem esperar do actual presidente em caso de haver uma outra qualquer calamidade ao nível da segurança civil: força e mais força. Assim, reforça-se o sentimento de protecção! E é nessa vertente que a campanha de Bush vai aposta!


Teresa Heinz Kerry... é bom para Portugal vê-la na Casa Branca?

Não! E o recente trabalho jornalístico da revista Visão explica porquê: esta senhora não tem o mínimo apreço por Portugal, pelas suas gentes e pela sua cultura! Como ela própria diz, sente-se primeiro africana e depois americana....Portugal? Nem vê-lo! Desmistifiquem-se algumas coisas, se faz favor!!
P.S. - apesar de tudo, gostaria muito que Kerry ganhasse!! Não por mérito dele, mas por total desmérito de Bush!! No fundo, sou mais um democrata do que um republicano, mas John Kerry não é um forte candidato! Seria o Edwards...


A Paixão de Cristo...
Ainda não vi o filme mas, daquilo que eu já ouvi e vi (trailers), este filme carece de um paradoxo engraçado: especialmente para um ferveroso católico como Mel Gibson, ele já deveria ter aprendido que a lição de Cristo é, sobretudo, uma lição de amor! Ter mais de 20 minutos de violência gratuita não revela a missão, espírito e a vontade de Cristo! Se Ele sofreu por nós, deveríamos também ser dispensados deste tipo de sofrimento... de resto, apenas do ponto de vista técnico, diz quem o viu que o filme está muiot bem conseguido! Uma coisa é certa: Gibson deve estar radiante! É que aconteceu mesmo o que ele queria: fale-se bem ou fale-se mal do filme, mas que se fale!! Os bolsos dele agradecem!


Livro a ler: "Crítica da Razão Ausente", de António Manuel Baptista

Tenho um prazer duplo ao falar deste livro: primeiro, porque falo de um amigo e, em segundo, porque falo de uma das mais interessantes discussões (mais ou menos públicas) entre duas personalidades da nossa cultura: o Prof. António Manuel Baptista e o Prof. Boaventura Sousa Santos.
O Prof. António Manuel Baptista é um dos maiores vultos na arte de bem comunicar a Ciência. Costumo dizer que muito antes de haver Sagan já havia António Manuel Baptista! A sua energia, sagacidade e inteligência são de uma riqueza e de um entusiasmo contagiante; trata-se daquele tipo de professores que todos nós gostaríamos de ter tido!
Já Boaventura Sousa Santos (BSS) é conhecido pela sua influência nos círculos políticos e sociais; sociólogo com uma vasta experiência, entrou por caminhos perigosos quando se atreveu a falar sobre a mistura entre Ciências Sociais e Ciências Exactas, algo que aborreceu imenso o Prof. António Manuel Baptista (este é um resumo muito sintético sobre o que aconteceu!). Foi da inteligência de BSS que saíu esta pérola: «(...) a ciência moderna não é a única explicação possível da realidade e não há sequer qualquer razão científica para a considerar melhor que as explicações alternativas da metafísica, da astrologia, da religião, a arte ou da poesia.».
Para todos aqueles que trabalham árduamente no mundo das Ciências (ditas) Exactas, tal afirmação é uma provocação gratuita; e António Manuel Baptista (AMB) respondeu a essa provocação no livro "Discurso Pós-Moderno Contra a Ciência:
Obscurantismo e Irresponsabilidade Intelectuais" ao que se seguiu uma série de respostas (e insultos) de BSS em várias publicações! Agora, AMB volta a atacar e a defender-se neste livro "Crítica da Razão Ausente ", da editora Gradiva.
Para quem gosta da discussões interessantes sobre a Ciência e como muitos a tratam mal, deverão seguir esta interessante "novela" didáctica!



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