sexta-feira, setembro 19

De novo a política!

Acabaram as férias políticas.
Vamos voltar a ver discursos inflamados, troca de insultos e muito pouco de real discussão sobre os problemas da nação.
Enfim, começou mais um ano político.
E o que disseram os líderes partidários nos seus primeiros discursos?
O discurso de Ferro Rodrigues não trouxe nada de novo! Falhou tremendamente na paixão e na emoção e foi extremamente longo. voltou a atacar este governo no que diz respeito à sua culpa pela falta de confiança económica e pela descrença dos portugueses. O que tem de grave esta e todas as outras oposições que tivemos até hoje é o facto de apenas mostrar falhas e não apresentar soluções! Não há um discurso inovador, apenas fugas para a frente e Ferro Rodrigues apenas continuou essa feia e desprezável tradição.
Do líder do PCP, nada de novo! De facto, do PCP apenas podemos admirar a total honestidade que têm em relação à suas ideias, sem as trocar, sem as modernizar! É difícil encontrar na política tal consistência! Mas se ganha na consistência perde na renovação. Começa a ser difícil de aceitar um PCP português que apenas se agita (e mesmo assim muto pouco) quando fala dos direitos dos trabalhadores. É por isso que a festa do Avante é cada vez mais um evento cultural em vez de um evento político! A juventude que lá vai apenas lá vai para ouvir música e não para ouvir Carvalhas.
Durão Barroso esteve ligeiramente mais enérgico, atirou mais umas medidas mediáticas e apelou à confiança dos portugueses na recuperação económica. Os últimos dados do Banco Mundial parecem vir ao encontro das palavras do PM, mas nota-se claramente que os portugueses ainda estão muito longe de incentivar o consumo privado. Mas os ventos sopram a favor de Barroso: não há contestação nas suas lideranças: partidária e governativa.
Para Paulo Portas e, para não variar, o ano começou com polémica; o seu discurso sobre os problemas que a imigração traz foi logo rotulado de discurso de extrema direita. Segundo diz a revista "Visão", Portas é o pior minitro deste governo e apenas continua lá porque é um dos líderes da coligação. A sua imagem começa a cansar os portugueses e muitos dos membros do PP. E o seu futuro político é mesmo uma enorme incógnita. A ver vamos o que a "Nova Democracia" de Monteiro lhe reserva nos próximos actos eleitorais.

Propinas
As 14 Faculdades da Universidade do Porto numa coisa estão de acordo: é preciso sacar mais dinheiros aos estudantes universitários! Assim, a partir deste ano a propina será de 600 euros, perto do dobro do que foi no ano passado.
Muitas questões serão colocadas, mas de uma coisas temos a certeza: muitas manifestações estudantis irão ser realizadas!
O sistema de financiamento do ensino superior estava claramente ultrapassado e ineficaz. E disso se queixavam pais, alunos e professores. O drama é que se passou do 8 para o 80! E, daqui a 2 anos, pelo menos na UP, a propina passará dos actuais 600 euros para os 800 euros. Pergunta-se: poderá então o aluno reclamar pela duplicação da qualidade? Pela duplicação do esforço dos professores? Pela duplicação de material pedagógico nas universidades? É claro que não e tal nunca irá acontecer! E isto porque o problema das universidades não está tanto nas suas condições físicas e materiais mas sim na qualidade pedagógica e científica dos seus professores. Está na teia de poder e de hierarquias que estão instalados nas mesmas e não na falta de recursos. E, para mudar tal filosofia, mais do que dinheiro é preciso mudar políticas e rejuvenescer o sector do ensino.
Pergunto também o seguinte: o valor das bolsas irá acompanhar o subida do valor das propinas? E se sim, será na mesma proporção?



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