A continuação de uma crise já longa...
A demissão de Martins da Cruz era previsível e desejável sob o ponto de vista da ética política e pessoal. Passados alguns dias depois do estalar da polémica, torna-se evidente que Pedro Lynce foi, sobretudo, o elo mais fraco de toda uma história que exige maiores e melhores explicações. E se Pedro Lynce era um dos actores menores (mas que mesmo assim teria sempre de renunciar ao cargo!), já Martins da Cruz sera sempre o actor de destaque. E, por isso, a sua demissão teria de ser sempre a primeira e não a última, como veio a acontecer.
Não há memória, como ontem referiu Carlos Magno na RTP já de madrugada, de uma polémica tão grande e que envolvesse directamente dois ministros do mesmo governo. Pode-se acreditar que houve falta de solidariedade para com Lynce; de facto, não veio a público nenhum ministro defender Lynce e o próprio Primeiro-Ministro só muito mais tarde o fez, o que revela o ponto mais fraco deste governo: uma terrível política de comunicação e "timing".
A prestação de Martins da Cruz, tal como a de Lynce no MCES, foi marcado pela polémica. Desde puras vinganças pessoais até nomeções muito pouco claras, Martins da Cruz criou vários inimigos ao longo da sua acção e, tal como disse António Teixeira (comentador de política nacional da Sic Notícias), neste momento muitas garrafas de champanhe estão a ser abertas em muitas embaixadas portuguesas em todo o mundo devido à demissão do ex-MNE.
A Durão Barroso resta-lhe duas opções: ou encontra rapidamente alguma personalidade no PSD (porque é impensável nomear alguém do PP para esta cargo!) com fortíssimo poder político para futuro MNE ou, então, aguenta a pasta em acumulação até fazer uma grtande remodelação governamental...resta saber se mesmo dentro do PSD haverá pessoas com coragem suficiente para pegar num barco que, claramente, anda à deriva e que se prepara mal para futuras tempestades...
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