Nota posterior
Mundos perdidos
Na altura em que escrevo estas linhas, encontro-me em casa dos meus pais, na cidade de Castelo Branco.
Ontem tive a triste oportunidade de estar perto de uma zona de incêndio, já no concelho de Proença-à-Nova.
Lágrimas, rostos de desespero, sonhos partidos, perder um pouco de nós! Em poucos segundos, estas poderosas emoções trespassam-nos a alma. E ficam, e ficam...
Castelo Branco está no centro de uma circunferência de fogo: Pampilhosa, Sertã, Fundão, Proença-à-Nova e Portalegre. O verde vergou-se ao preto. A vida perdeu para a morte.
Que se diga sem medo: estamos perante um crime. Um crime contra os que têm o fogo ao sair de casa e um crime contra aqueles que, mesmo à distância, o sentem no fumo, no calor cada vez mais abafado, na preocupação das pessoas.
Estamos perante um crime. Estamos a fazer desaparecer a nossa Amazónia, o pulmão de Portugal. E o pior de tudo é que nada podemos fazer. Bravos bombeiros aqueles que, dia e noite, lutam contra um adversário que, e eles bem o sabem, é mais forte que eles.
Pelo meu triste caminho ouvi uma declaração comum: são aquele que andam nas avionetas que lançam o fogo!! Que se apura a verdade, que luta até ao fim, que se apanhem os criminosos, que os julguem e que não se acredite neles quando dizem que são doidos pois doidos estaremos nós se acreditarmos neles!
Hoje é um dia triste para todos! Mesmo para aqueles que não o saibam!
E, se calhar, o céu já nos caíu na cabeça...
FMSG
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