domingo, janeiro 28

Fui ao cinema e...

deliciei-me com Babel...



A fórmula não é nova; elaboram-se várias pequenas histórias dramáticas que têm, entre si, um qualquer ponto de ligação. Viu-se em Magnolia ou em Colisão e sempre com enorme sucesso! Este Babel de Alejandro González Iñárritu (o mesmo realizador de 21 Gramas) leva-nos a 3 continentes diferentes, América, África e Ásia, misturando realidades, culturas, sociedades e aromas bem diferentes para retratar diversas faces da agonia e trsiteza das cenas humanas. Desde a violenta vida desértica de Marrocos até à sociedade hi-tech japonesa, passando ainda pela corrente emigratória entre o México e os EUA, Iñárritu sabe prender o público com imagens fortes, cenários extensos e situações insólitas. Apesar da fórmula já ser algo gasta, este filme surpreende, sobretudo, pela performance de dois dos seus mais jovens actores...





Rinko Kikuchi e Boubker Ait El Caid (o de camisola vermelha) apresentam papéis complexos; a japonesa, que até está nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária, é uma surda-muda com problemas de sociabilidade e, atravessando a puberdade, sente-se rejeitada sexualmente pelos homens, tentando receber desesperadamente o desejo e carinho do sexo masculino, nem que para isso tenha de recorrer a truques mais degradantes! Um grande papel pela desinibição demonstrada pela actriz japonesa.
Quanto a Boubker Ait El Caid é, para mim, a verdadeira surpresa deste filme! O realizador trouxe-o para este filme depois de o ver a jogar basebol no meio da rua e, fenomenalmente, este miúdo traz um realismo, dramatismo e uma diversidade complexa a uma personagem que parecia passar despercebida no meio das maiores estrelas do filme - Brad Pitt e Cate Blanchett! Vêmo-lo perfeitamente empenhado em cenas muito pouco habituais num filme (como, por exemplo, um miúdo de 12/13 anos a masturbar-se!) até actos de heroísmo e maturidade crescente à medida que o drama se desenrola!

Um bom filme, um bom motivo para ir ao cinema!

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