domingo, setembro 17

Não havia necessidade...

Há algo de absolutamente absurdo no meio disto tudo! Com a morte de João Paulo II e a escolha de Ratzinger para seu sucessor, muitos dos cardeais da Cúria Romana asseguraram que era uma escolha na continuidade, que, no fundo, Ratzinger era bem mais próximo das ideias do Papa do que muitos pensariam. Que Ratzinger era, inclusivé, um hábil político, frutos dos longos anos que já teria passado no Vaticano.

Por tudo isto, torna-se perfeitamente incompreensível aceitar ou analisar as declarações de Bento XVI relativamente à questão Muçulmana... relembre-se que tudo começou quando o Papa invocou os pensamentos do Imperador Bizantino Manuel II Paleólogo (Séx XIV), segundo o qual afirma que Maomé só trouxe ao Mundo "coisas más e desumanas, como o direito a defender pela espada a fé que ele persegue".



Vamos colocar a hipótese (meramente académica) que Ratzinger não teria qualquer intenção em ferir a nação Muçulmana; um homem com o seu passado (ainda por cima bem polémico no que diz respeito a declarações políticas - investigue-se o que disse sobre a Turquia!), com a sua experiência política e importância do seu título, comete um erro tremendamente infantil ao proferir estas declarações e esperar que ninguém as interprete em seu proveito! Não é possível acreditar que Ratzinger não tenha pensado no alcance e significado das suas declarações, do contexto político e histórico em que as mesmas foram proferidas pelo imperador bizantino; por isso, a questão que se coloca é simples: qual foi, realmente, a intenção do Papa? Como é possível justifica este tipo de declarações especialmente numa altura em que as relações do Islão com o Ocidente estão a passar por sérias dificuldades? Porquê esta tamanha irresponsabilidade feita pelo mais alto representante do Deus Cristão no Mundo?

Na minha mais querida série de ficção científica, Babylon 5 (Bel, amigo, eu juro-te que devolvo!), num dos episódios, a personagem G'Kar tem um momento de reflexão...

All around us, it was as if the universe were holding its breath? waiting. All of life can be broken down into moments of transition, or moments? of revelation. This had the feeling of both. [?] G'Quan [uma divindade da sua cultura] wrote, "There is a greater darkness than the one we fight. It is the darkness of the soul that has lost its way. The war we fight is not against powers and principalities, it is against chaos and despair. Greater than the death of flesh is the death of hope. The death of dreams. Against this peril we can never surrender." The future is all around us, waiting in moments of transition, to be born in moments of revelation. No one knows the shape of that future, or where it will take us. We know only that it is always born? in pain.

A História repete-se... até quando?

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