quinta-feira, novembro 2

E ele...


Sempre soube o que quis, mas nunca o confessou... mas ele lá foi, carregando o peso de um e de outros mundos em cima das suas costas já marcadas pelo tempo e pela erosão dos "ses"... os anos passaram, os mesmos becos escuros, as mesmas paredes a encurralarem os seus gritos, os seus sonhos, os seus desejos!

Mas um(a) Inevitável veio, um(a) Aqui, um(a) Agora. Elevou-o para a Acrópole da sua existência, mostrou-lhe o que uns chamam de Admirável Mundo Novo, mas não passa de mais um mero sonho de um mero sonhador de uma mera manhã de Novembro, aquelas manhãs que, antes, ainda acordavam com o orvalho na relva...

O Transe resultou, amoleceu a Vontade, suprimiu o fôlego da reserva. Mas mesmo quando lhe disseram que o Transe era eterno, ele não aceitou; estúpidos os que lhe disseram isso, só lhe deram mais força para ver que, para além da paisagem que deslumbra e emociona, há que honrar com lágrimas quem o trouxe para esse espaço e esse tempo...

E, no meio da Desilusão (mas, ironicamente, também da Vitória), ele deu as voltas à chave do carro e fugiu... até encontrar o céu mais estrelado de que se lembrara... e a gasolina perdeu-o naquelas florestas negras em que nos sentimos bem! Porque as há e escondem sempre deliciosos segredos!

E, no final, foi beijado... porque, com Ela, tudo partilhou! Mais um momento construído, faltam milhões! Fica, não vás já... e, por Minerva e Vénus, não foi! Acreditou! Haverá algo mais sossegador da mente e do espírito? A minha ambrósia foste tu, o meu néctar foram as lágrimas de alegria que partilhámos!

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