Um vício saudável
Uma vez que não fumo, não bebo e, lentamente (muito lentamente...), me tenho esforçado por deixar o café de lado, o universo resolveu encontrar um novo vício para mim, desta vez mais saudável.
Admito que nunca fui grande fã de qualquer tipo de passatempo de jornal e revista cor-de-rosa já que, imediatamente, me traz à mente as velhas bibliotecárias e recepcionistas no seu horário de trabalho, com a sua resposta torta e o seu profundo mau humor quando interrompidas, ou as mães na praia, com um olho nos passatempos e outro na cria irritante que se esmera em, persistentemente, incomodar os incautos banhistas.
A verdade é que, por insistência de um amigo em tardes de tédio num qualquer café em Coimbra, dei por mim viciada nesse grande fenómeno de popularidade que é o Sudoku. Digo fenómeno de popularidade uma vez que, não só ultrapassa as Margaridas Rebelo Pinto e outras que tais nos tops de vendas de literatura (?!?!?!?!?!) em Portugal, como também toda a gente, inconscientemente, agarra uma caneta quando em qualquer jornal surgem as quadrículas vazias.
Nada disto seria espantoso se não fosse eu quem sou! A paciência não é uma das minha maiores qualidades (se bem que nos últimos tempos há quem me obrigue a cultivá-la!) e tudo o que envolve números imediatamente dá um nó neste cérebro totalmente atrofiado no que se refere a inteligências outras que não a linguística (triste deformação profissional!!). O que é facto é que, cada vez que vejo este jogo, seja mini, com letras, colorido, difícil, fácil, me vejo imediatamente impelida a filling in the blanks.
Em suma, para além de exercitar esta pobre cabecinha, descobri uma nova (e única?) função para o nosso eterno Calinas...
Recomendo, advertindo, naturalmente, para a sua natureza alta e perigosamente viciante.
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