sábado, setembro 4

Polémica em terra e no mar...

Numa altura em que a embarcação holandesa Bornediep ruma a Vigo para se reabastecer, seria interessante referir o que realmente trouxe até nós esta tripulação...




A questão do aborto é, hoje, algo que tanto divide como aborrece o nosso país! Para um país com falhas estruturais tão profundas e com problemas realmente sérios a tratar com urgência, toda este relançamento da questão do aborto tem de ser entendida como um "divertimento dos políticos" e que apenas pode beneficiar quem governa pois afasta dos olhos (e do coração!) os obstáculos reais que temos pela frente e que impedem a evolução de Portugal... daí o facto de eu achar que, para a oposição, a sua cumplicidade comportamental com tudo isto está a ser um autêntico tiro no pé!

Há pouco tempo atrás realizou-se um referendo sobre esta questão; nesse referendo ficou bem patente o interesse do povo português, tal não foi fraca a afluência que teve (daí não ser sequer vinculativo!); ainda nesse referendo, o não à despenalização do aborto ganhou por uma margem excepcionalmente mínima, o que me leva a crer que este referendo foi mais um teste à fidelidade ideológica das bases dos partidos do que outra coisa qualquer!

A chegada do Bornediep a Portugal apenas veio, uma vez mais, aumentar a confusão, uma vez que, por um lado aceita-se que se diga que veio apenas com a intenção de provocar e, por outro lado, a vertente pedagógica da sua tripulação foi o menos notório, preferindo enveredar por politiquices...

Independentemente de tudo, esta questão da despenalização ou não do aborto não abalou algumas questões centrais, tais como: 1. tudo isto ser uma questão única e exclusivamente pessoal e dependente da moral de cada um (onde, por uma questão de racionalidade, a religião não deveria ter uma voz tão autoritária!); 2. o aborto é uma prática que houve, há e, possivelmente, sempre haverá, quer seja despenalizado ou não; 3. os locais, "profissonais" e utensílios praticados continuam a pôr em risco a vida e a saúde de quem recorre a tal prática! E, para este último ponto, ainda não foi apresentado uma única ideia ou projecto político...

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