terça-feira, agosto 24

Saudosos Leões...

A culpa é de uma conversa cibernaútica com uma estudante da minha Faculdade; ela, mais nova, mas com ideias claras sobre a nossa Faculdade e o seu espírito académico, invocou uma palavra que, em mim, despertou 1001 sensações, recordações e emoções... os Leões, mais concretamente, o edifício da FCUP na Praça dos Leões e tudo o que o envolve!



Pelos corredores e escadarias daqueles labirintos infindáveis muitos mundos se percorreram, muitos livros e cadernos abriram-se, fechararam-se, devoraram-se... muitas lágrimas jorraram, muitos sorrisos cúmplices se trocaram, muitas serenatas foram ouvidas e meditadas! Foi, e ainda é (por pouco tempo, segundo sei!) o local mais mítico da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto! Foi naquela fonte que muitos caloiros foram praxados, foi perto daquela Praça (mesmo ao lado) que já se ouviram muitos Fados... foi ali que, anualmente, tínhamos presente a saudável "rivalidade" com os nossos amigos Engenheiros! Foi no Turim que comi, sempre bem acompanhado e, às vezes, em amena cavaqueira, as suas famosas pizzas; no Piolho bebia o café ou encontrava-me com os amigos; na Cordoaria lia, estudava e namorava; na livraria Lello deliciava-me com os livros e com a arquitectura do sítio; na confeitaria Central encantavam-me os croissants e os batidos de morango!

No inverno, recordo as aulas que começavam de dia e acabavam de noite! Ali perto, na Rua Miguel Bombarda, vivia eu e mais alguns amigos (aqueles amigos para a vida - Jorge, Ricardo, Bel...) e nessas tardes/noites, saíamos de uma Faculdade escura e misteriosa pelas suas grandes portadas e íamos viajando pelas coloridas e luminosas Praça Carlos Alberto e Rua de Cedofeita; o contraste encantava-me, principalmente no Natal (ouvir músicas de Natal em tal cenário é delicioso)! E lá percorríamos nós aquele espaço mágico, a falar da vida, dos projectos, das alegrias e das tristezas de uma vida académica que ainda hoje trilhamos... mas com outras visões!

Essa minha nova amiga estudante diz-me que nostalgia é a alegria de se estar triste! Não estou triste, estou com vontade de voltar a descobrir este local que, agora, no meio da modificação do Homem, ainda deve conservar o mesmo romantismo... tem de conservar!

Ricardo, Jorge, Bel... para quando uma visita ao Turim? Não estamos a caminhar para novos! ;)

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