Tempos perigosos...
Sim, estou preocupado... vivemos tempos conturbados ao nível das relações entre povos, entre culturas, entre religiões, entre respeitos! Estamos (a Humanidade!) completamente loucos e, como diria Abracurcix, o irredutível chefe da aldeia gaulesa de Astérix, devemos ter muito medo que o céu nos caia em cima da cabeça (seja por obra de Maomé, Deus ou Jesus, não interessa!)...
O quentíssimo e polémico debate sobre a publicação dos cartoons e caricaturas de Maomé por parte de alguma imprensa do norte da Europa é complexo, sinuoso e que, penso eu, já se encontra mais no campo da emoção do que no campo da razão! Eu posso tentar compreender os dois lados (e compreendo!), mas penso que isto é muito mais do que uma luta entre a liberdade de expressão e o respeito pelo sagrado de uma religião. Acho que ambos os lados têm razão nos seus pontos de vista e não sei qual seria a reacção do mundo católico caso os países muçulmanos iniciassem uma onda de "troça religiosa" ao cristianismo, se bem que nunca chegaria ao ponto de queimar embaixadas de países dessa religião predominante (mas, literalmente, não ponho a minha mão no fogo nessa questão!). Mas a resposta "na mesma moeda" já começou, se bem que na forma generalizada, difusa e numa política de "disparar em todas as direcções": conta-nos o Diário Digital que a organização Liga Árabe Europeia reagiu às caricaturas do profeta Maomé com a publicação, via Internet, de desenhos anti-semitas, que, considera o movimento, «romperá com muitos tabus na Europa».
Não tenhamos dúvidas que estamos perante uma escalada; não tenhamos dúvidas que ninguém sabe até onde isto poderá chegar! Choque de civilizações? Não sei, mas os factos são alarmantes:, um padre católico foi morto a tiro no norte da Turquia, a Noruega reclama, o Irão ameaça tornar-se num caso muito sério (sempre o foi!) e já houve relatos de movimentações da extrema direita em alguns locais da Europa para juntar-se a todo este cocktail explosivo!
Em tempos, uma amiga minha disse-me que seria uma irresponsabilidade trazer um filho a este planeta; na altura, rí-me dela (não deveria, de qualquer forma!)... hoje, o nosso planeta parece cada vez mais a nossa urna funerária e não o berço pelo qual deveríamos ousar fugir e evoluir enquanto raça! A cada dia que passo, essa minha amiga acrescenta mais um ponto à sua razão... a cada dia que passa, o Homem prova que não aprende minimamente com os erros que cometeu no passado! Mas que burros... ou, como diria um outro amigo meu, mas que asnos!
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