quarta-feira, novembro 23

Só eu sei porque não sou católica!

A minha relação com a igreja católica sempre se pode comparar a um comprimido demasiado difícil de engolir. Embora criada num ambiente algo religioso, em que me tentaram incutir "a moral e os bons costumes", a coisa sempre se mostrou um pouco agreste.
Os meus pais, por razões diversas, não se casaram pela igreja, no entanto quiseram dar-me uma educação religiosa e, quando chegou a hora de me baptizar, ouviram um rotundo NÃO: se não quiseram contrair matrimónio pelas leis do Senhor, não havia necessidade de incluir a filha nesses folclores! Após inúmeras diligências lá se encontrou um padre (que já lá está!!) que, ao invés de abandonar a ovelha tresmalhada, resolveu incluí-la no seu rebanho. Não havia necessidade, por os pais serem uns hereges condenados ao fogo infernal, de a filha ter o mesmo destino.
Uns anos mais tarde começou a saga da catequese. Fascinante! Uma lição de vida! Ensinar o catolicismo com base no Antigo Testamento já é mau, mas utilizar Deus para levar os miúdos a terem medo dos castigos ainda me parece pior.
"Ou te calas ou Deus castiga-te"
"Olha que assim Deus não gosta de ti"
O fim era inevitável. Após a primeira comunhão, dia em que fui vestida tipo suspiro para uma cerimónia que não lembra ao diabo (sugestivo!!), a minha relação com a igreja católica pura e simplesmente terminou. No entanto, há um ano atrás, como estava desempregada e tempo livre não me faltava, resolvi fazer voluntariado numa igreja perto da minha casa em que se dava explicações a miúdos desfavorecidos e que, de outro modo, não teriam acesso a apoio extra escola. Risível! Rapidamente desisti, já que de apoio aos necessitados pouco vi. Os alunos eram filhos de colegas, primos e amigas e chegava-se a uma altura que já não havia espaço (ou talvez vontade) de acompanhar quem de facto necessitava de alguma ajuda.
Perante relações tão complicadas, não foi com grande espanto que, ao abrir a televisão de manhã, ouvi as declarações desse grande senhor que é o Papa! Segundo ele, homossexuais profundos (the concept totally beats me) e simpatizantes da cultura gay não são bem vindos nos seminários e na vida sacerdotal, uma vez que a homossexualidade configura uma doença social de extrema gravidade!!!!!! No entanto, a abnegação e altruísmo deste senhor é tão tocante que abriu uma excepção para para os homossexuais curados há mais de três anos! Toca a regenerar-se, meus caros!!!

Não estivesse eu tão certa da minha sexualidade, perante isto, até dava vontade de alterar as minhas tendências!!
Só me apetece dizer uma asneira!

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